Adrenalina, emoção e cooperação marcaram a primeira prova de Freestyle
da cidade
Texto: Jornalista Leo Lima/Frasiá
Fotos: Hamilton Cardoso
Bmx e música marcando integração entre esporte e cultura.
Para coroar o maior projeto de
ciclismo esportivo realizado em uma só cidade no ano de 2013, a prova reuniu
cerca de 70 participantes que usaram a bicicleta para voar. Isso porque as
rampas, ‘fun box’, ‘quarters’ e afins lançavam para o alto os ‘biemexers’ que
estiveram em Rio das Ostras, no dia 8 de dezembro, para um encontro entre os
melhores atletas do Brasil.
Assim como o vocabulário é
específico, os adolescentes e jovens fazem parte de um nicho particular do
ciclismo, em uma modalidade radical, onde os atletas não se preocupam em chegar
primeiro ou ter o menor tempo de volta. No BMX Freestyle cada participante se apresenta
e tem suas manobras julgadas pelo grau de dificuldade e precisão. Com isso,
torna-se a ‘modalidade arte’ do ciclismo.
Arrastando público pelo país como
uma tendência do que é visto nos Estados Unidos e Europa, o Ostreet BMX
apresentou à cidade uma modalidade que agrega a base de entrada para outras
modalidades do esporte.
Embora a pista da Praça do Skate
não seja totalmente adaptada para atender à bike, a estrutura que os atletas
encontraram no local fez com que esse detalhe não ficasse em evidência. Um
palco com um som de grande porte foi montado dentro da pista, onde a banda Tio
Juka com repertório de rock pesado tocou ao vivo para adrenalizar ainda mais os
participantes.
O Secretário de Esportes do
município, Alberto Moreira Jorge “Betinho”, acompanhou o desenvolvimento da
prova e destacou que “não conhecia um esporte que pudesse unir tantos
adolescentes e jovens dentro do ciclismo. É uma forma de envolvê-los e
incentivá-los a utilizar a bicicleta também como meio de transporte. Eles
conseguiram misturar esporte, cultura e festa como nunca vi antes.”
O organizador do evento, que
também é diretor de projetos da Fecierj – Federação de Ciclismo do Estado do
Rio de Janeiro – destacou durante a locução que a instituição passou a abraçar
o Freestyle a pedido dos atletas que se sentiam marginalizados em relação ao
apoio para o desenvolvimento do esporte. De acordo com Eduardo Almeida da
Fecierj, a federação carioca vai atender ao pedido, criando em 2014 o primeiro
campeonato estadual da modalidade-arte.
“A base da instituição é o
esporte de rendimento. Mas vimos no BMX do Rio organização suficiente para que
pudéssemos nos envolver e também reconhecer que eles são atletas. Se dedicam,
treinam e nos mostram um ciclismo com grande beleza”, comentou Eduardo.
Organização como ponto forte – O destaque foi o cronograma do
evento que nem mesmo a chuva fina, que às vezes interrompia, foi capaz de
atrasar. Montado com limitação de vagas para participação, previsão para tempo
de chamada entre atletas e também com espaços para apresentação de ações
sociais, o evento conseguiu entregar os serviços de ambulância e guarda
municipal com apenas 37 minutos de atraso. Isso ainda não havia acontecido nas
provas do Rio e fez com que atletas desacostumados com precisão de tempo perdessem
sua largada individual.
Além de tenda de hidratação, que
também dispunha de água e frutas, exclusiva para os atletas, o evento atraiu
ambulantes que lucraram com a realização do evento.
Um pássaro de São Paulo - Conhecido como Du Race, Gabriel Ribeiro
dos Santos, morador de Lorena, foi o grande campeão do Ostreet BMX na categoria
OPEN, onde correm atletas profissionais que representam as grandes marcas do
esporte. Depois de viajar mais de 15 horas para chegar até o local, ficou
agitado na pista entre algumas apresentações, e durante suas voltas de
julgamento pouco se manteve no chão. A altura que ele atingiu foi proporcional
aos gritos do público, que permanecia empolgado em cada manobra. De acordo com
o coordenador do evento, Holliday Uhul, “o vencedor abusou da proposta da
competição que era unir o ‘Street’ e o ‘Park’ em um só julgamento. Ali não
adiantava ser bom só em uma modalidade”.
Nomes fortes do Brasil estavam na
batalha. Ruan Mosca, Weslei “Risadinha”, Douglas “Van Homan”, e Brian Santos,
se surpreenderam com o segundo lugar de Roger de Itaguaí, este que também foi
campeão no ‘Best Trick’ executando um ‘double tailwhip de transfer’ com
perfeição.
Jovem com idade
A presença de José Pedro,
conhecido como ‘Mineiro’, de Viçosa – MG, um homem de 42 anos e com um espírito
de adolescente, empolgou o público com suas manobras de ‘backflip’, que é
arriscada, onde a pessoa salta da rampa virando de costas com a bicicleta. O
público pedia e ele atendia. Deu um espetáculo à parte, esbanjando saúde e mostrando
que não existe idade para a prática do Freestyle.
O Ostreet BMX foi uma realização
da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro, com produção da Bikero,
apoio total da Prefeitura de Rio das Ostras, através do Projeto Rio das Ostras
Cidade Bike.
Resultados
OPEN:
#1 – Gabriel “DuRace” – Lorena/SP
#2 – “Roginho” Lima – Itaguaí/RJ
#3 – Brian Santos – Teresópolis/
RJ
#4 – Douglas “Van Homan” –
Vitória/ES
#5 – Ruan Mosca – Porto
Ferreira/SP
Amador:
#1 – Vinícius Layber – Piúma/ES
#2 – Caio Motta – Teresópolis/RJ
#3 – Lennon Graça – Rio das
Ostras/RJ
#4 – “Vitim” Barbosa –
Teresópolis/RJ
#5 – Marcos “Webb” – São Pedro da
Aldeia/RJ
Iniciante:
#1 – Pablo Louzada – Rio das
Ostas/RJ
#2 – “Pablito” de Souza – Rio das
Ostras/RJ
#3 – “Junin” Barbosa – Rio das
Ostras/RJ
#4 – Murilo Ribeiro – Lorena/SP
#5 – Emanuel “Esquisito” – Rio
das Ostras/RJ
Mais fotos:
Brian Santos no Look Back Air.
Pablo Feliciano no Tail Whip.
Rogim executando Hang Five.
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