Atletas de muitas partes do Brasil participaram da 4ª Etapa da Copa Brasil em Rio das Ostras. Foto: Hamilton Cardoso
Rio das Ostras foi cenário de uma das principais competições do paraesporte nacional neste fim de semana. Pela segunda vez, a cidade recebe a etapa final da Copa Brasil de Paraciclismo. Quase 90 ciclistas disputaram as provas de resistência e contra-relógio. Rio das Ostras foi bem representada pelo atleta Heraldo de Oliveira, na categoria H4, de handbike, e por Tadeu Júnior e Eduardo Almeida na bicicleta dupla (Tandem). Em sua estreia no brasileiro, Tadeu, que tem deficiência visual, e seu guia, Eduardo, já subiram ao pódio, conquistando a terceira colocação da categoria.
Heraldo, atleta do Paraesporte de Rio das Ostras, estreando na categoria H4. Foto: Gabriel Sales.
As handbikes são as bicicletas usadas por atletas que têm deficiência nos membros inferiores, também as que mais prendem a atenção do público. Foto: Hamilton Cardoso.
“É muito gratificante ver o paraesporte ganhando expressão no País. Melhor ainda ver os municípios, como Rio das Ostras, apoiando nosso esporte, o que possibilita que os atletas locais participem das competições”, disse Lauro, que compete por Santos/SP.
De alto nível técnico, Lauro também participa de provas regulares entre ciclistas sem deficiência e foi vice-campeão mundial de circuito de paraciclismo de estrada, nos Estados Unidos. Ele elogiou o apoio de Rio das Ostras ao paraesporte. “A gente vê que a cidade prestigia o esporte de verdade”, completou o campeão brasileiro de 2014. Lauro nasceu com uma deficiência no pé e tem uma das pernas atrofiadas. Ele venceu a Copa Brasil por desempate técnico, ficando Soelito Gohr, também de Santos, em segundo na C5.
Tadeu Junior e Eduardo Almeida marcaram estréia com pódio de terceiro lugar na prova de contra relógio. Foto: Hamilton Cardoso.
ESTREIA - E são todas histórias de superação. De Rio das Ostras, o jovem Tadeu Júnior abraçou o ciclismo como uma das formas de enfrentar as limitações da deficiência visual. E vai longe. Aos 18 anos, estreou na Copa Brasil guiado por Eduardo Almeida, pedalando uma bicicleta Tandem, e a dupla já conquistou o pódio da prova da contra-relógio desta etapa. Eles participaram do Audax três vezes e treinam juntos há dois anos.
“Foi uma superação. Nunca imaginei que conquistaríamos o pódio já na primeira vez. O importante é nunca desistir diante das dificuldades. Agora vamos rumo a mais medalhas!”, fala empolgado.
Nessa categoria, a dupla ficou atrás de Alírio Seidler e Edson Rezende, em primeiro, e Alvacir Silva e Marcelo Scognamillo, em segundo, na etapa.
CATEGORIAS - Os atletas disputaram em 15 categorias. Ciclistas com tetraplegia e paraplegia competem com as handbikes (bicicletas movidas pelos movimentos das mãos) nas categorias H1, H2, H3 e H4. Os triciclos (T1 e T2) são destinados aos que têm dificuldade de equilíbrio. Pessoas amputadas, de membros superiores ou inferiores, com ou sem prótese, utilizam as bikes (categorias C1, C2, C3, C4 e C5). Quanto maior o número da categoria, maior é o potencial funcional e menor a limitação do atleta. Os deficientes visuais utilizam as bicicletas Tandem, de dois lugares, e contam com atletas guias.
CIDADE BIKE – O secretário de Esporte e Lazer, Alberto Moreira Jorge, e o subsecretário, Raphael Thuin, estiveram presentes e entregaram medalhas aos vencedores. O apoio do Município a eventos ciclísticos importantes como a Copa Brasil de Paraciclismo faz parte do Projeto Rio das Ostras Cidade Bike, que busca incentivar o uso da bicicleta e firmar a cidade no cenário esportivo nacional.
A prova é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro, em parceria com a Confederação Brasileira de Ciclismo e da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro – Fecierj. A Copa tem apoio do Ministério dos Esportes e da Prefeitura de Rio das Ostras.
Texto: Luciane Chame/SECOM/PMRO